Bênçãos ancestrais
Em Candelárias, de forma consciente e num normal dia a dia. De trabalho no campo, de cuidado e de alimentação diária.
Fui à poda do grande Pilriteiro.
Seguido de entrega a este vale, em limpeza de troncos velhos, e muitos novos espaços sagrados e dedicados à simplicidade natural que transcende aquilo que se vê a olhos nús.
De elixir saudade na chávena.
Entrego-me de corpo e alma ao desconhecido.
Sem saber, mas com vontade de ver e sentir ancestrais.
Tenho sentido a minha avó Ilda tão presente, e nessa noite, depois de um bom banho de imersão, de uma grelha cristalina e herbal, senti-a, vi-a, abracei-a e fui sentida, vista e abraçada.
Que honra saber e reconhecer que sou mais do que este corpo. Mais do que esta materialização corporal.
Que, na verdade, não sou este corpo.
Que tudo é mais do que só isto e que “só” isto é divino e sagrado.
Que a sabedoria velha e ancestral está presente em mais do que a familía e que se estende à Natureza, a estes cristais, a estas plantas e a tantos seres que nem se vêm.
Que honra vó Ilda.
Que honra Pilriteiro.
Que honra estar neste corpo e vivenciar a vida terrena, em matéria, espírito e tudo o mais que não se vê.
Abençoado Pilriteiro.
Abençoada ancestralidade.